Gestão por Processos de Negócio (BPM), uma mudança cultural
O tema "Gestão por Processos de Negócio” está a ganhar notoriedade, o recente crescimento do número de associados da ABPMP (Association of Business Process Management Professionals), sediada nos Estados Unidos, é indicador da relevância que o tema tem apresentado nos meios acadêmicos e profissionais mundiais.
A partilha de experiências e práticas interculturais viabilizará um incremento significativo no corpo de conhecimento sobre BPM.
Os principais beneficiados? As Organizações que poderão contar com tecnologias e teorias mais estruturadas, visando incrementos de produtividade, eficácia e eficiência.
O interesse pelo assunto BPM é relativamente novo. Analisar a organização na ótica de processos e geri-los de forma a promover resultados mais alinhados às expectativas do cliente e dos acionistas, tem se mostrado uma prática extremamente compatível com as necessidades empresariais existentes nos mais diversos nichos de mercados.
Existem muitos exemplos de aplicações bem sucedidas da nova "filosofia de gestão" que procura identificar os processos multifuncionais de uma empresa e prover valor e eficiência às organizações.
A Gestão por Processos (BPM) consiste essencialmente na quebra do paradigma funcional, propondo uma visão interfuncional de como os processos ponta-a-ponta poderiam ser melhor geridos, visando eliminar os efeitos maléficos dos conflitos internos.
Trata-se fundamentalmente de uma mudança cultural na gestão da organização (pelos seus líderes). BPM é uma disciplina que visa inverter a lógica de gestão para um ponto de vista focado na cadeia de agregação de valor interfuncional, em que os interesses do processo se sobrepujam aos interesses departamentais. Muito mais do que mapear e melhorar os processos, BPM altera significativamente o modo como a cadeia de valor é encarada.
Neste contexto absolutamente focado nos processos, as necessidades e anseios do cliente são tratados por "donos de processo" (e não por "gestores de departamento"), com responsabilidades de prestação de contas sobre o desempenho de todo o fluxo de atividades que agregam valor para transformar insumos em produtos (ou serviços). Este processo "ponta-a-ponta", necessariamente interfuncional é gerido pelo seu dono, que possui autonomia para modelar, analisar e transformar a cadeia produtiva interna visando o atendimento direto das necessidades do cliente, sem que as tradicionais barreiras departamentais configurem resistências relevantes para a fluidez deste fluxo.
E é exatamente neste ponto que os benefícios surgem, pois todas as decisões de gestão (desde a medida de desempenho por meio de indicadores até a operacionalização das estratégias corporativas) passam a ser internalizadas, compreendidas e decididas pela ótica de processos. De maneira objetiva: maior eficiência e eficácia.
O conceito é novo, paradigmático, porém já aplicado e de benefício comprovado em muitas organizações ao redor do mundo.
O BPM CBOK (Common Body of Knowledge - Guide to the Business Process Management), estabelece nove áreas de conhecimento fundamentais para aplicação bem sucedida de iniciativas de Gestão por Processos (Gestão, Modelagem, Análise, Desenho, Gestão do Desempenho, Transformação, Organização, Processos Corporativos e Tecnologias). A adoção de cada uma delas de maneira excelente resulta em melhorias tangíveis e objetivas.
E esta é a intenção final dos Profissionais de Processos: estudar os impactos destes paradigmas e alavancar eficiência, eficácia e resultados sistemáticos à gestão das organizações.
Baseádo no artigo "Gestão por Processos (BPM): uma mudança de filosofia gerencial" de Rafael Scucuglia, CBPP, Diretor Executivo e de Estatística na Gauss Consultores Associados.