Logística, Melhoria Contínua e Competitividade
Muito se fala a respeito da Logística como sendo, atualmente, a responsável pelo sucesso ou insucesso das organizações. Porém, o que se pode perceber no mercado é que ainda pouco se sabe das atividades Logísticas e como elas devem ser definidas nas organizações.
A Logística empresarial nasceu da importância ao atendimento das necessidades dos clientes (internos e externos) e da redução de custos nas empresas. O maior desafio da Logística é oferecer um nível de serviço adequado à necessidade do cliente por um custo que o satisfaça. Deve haver um equilíbrio entre este custo total e o serviço oferecido. Os consumidores são cada vez mais exigentes em qualidade, rapidez e sensíveis aos preços, obrigando as empresas a uma eficiente e eficaz gestão. A adaptação a essa realidade é, cada vez mais, uma necessidade para as empresas que queiram conquistar e fidelizar os seus clientes.
Basicamente, definimos Logística como a junção de quatro atividades básicas: aquisição, movimentação, armazenamento e entrega de produtos. Para que funcionem, é imperativo que as atividades de planeamento logístico, seja de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas com as funções de manufatura e marketing. Assim, Logística é a chave de muitos negócios por muitas razões, entre as quais incluímos o alto custo de operação das cadeias de abastecimento. Como se pode perceber, a atividade Logística está inserida em diversos pontos da organização, e sua correta aplicação é necessária para o bom andamento das atividades.
O modo como a Logística vem sendo aplicada e desenvolvida, no meio empresarial e acadêmico, denota a evolução do seu conceito, a ampliação das atividades sob sua responsabilidade e, mais recentemente, o entendimento da sua importância estratégica.
Melhoria Contínua
Se a Melhoria Contínua (Kaizen) não é praticada, a empresa torna-se vulnerável, torna-se um alvo estático. É impossível construir um sistema Lean sem a Melhoria Contínua. O fortalecimento de uma empresa está associado com o crescimento profissional e pessoal dos seus integrantes. Na empresa, o Kaizen tem de ser praticado por todos.
O Kaizen foi fortemente adaptado às necessidades da produção e posteriormente ao ambiente administrativo, porém nunca se havia pensado em aplicá-lo à Logística. O Kaizen aplicado à Logística é um conceito inovador que compreende métodos basicamente já conhecidos, mas não aplicados especificamente nesse ambiente. Mas não existe muito sentido em aplicar o Kaizen de “produção” sem antes adaptá-lo à Logística.
Atualmente, o maior fator de restrição para aplicação do Kaizen no ambiente da Logística é uma falta de conhecimento dos métodos de gestão das empresas nessa área e também entre os auditores/equipas de Kaizen. Se uma empresa quiser implantar um processo de Melhoria Contínua na Logística, primeiro deverá conhecer os seus principais problemas logísticos, tecnológicos, de sistemas e estratégicos. Posteriormente, deverá conhecer as melhores práticas do mercado, para se concentrar nas tarefas mais importantes e com maior impacto nos custos. A combinação do conhecimento da metodologia Kaizen e da Logística, será a base para a implementação desse Processo de Melhoria Contínua
Ser competitivo é ser melhor. É comum encontrar empresas que disputam o mesmo mercado e em que o diferencial competitivo apenas se restringe à compra de tecnologia, que pode ser facilmente adquirida pelos concorrentes. Assim, a tecnologia deixa de ser um diferencial competitivo, passa a ser apenas um qualificador.
A tecnologia de gestão é mais difícil de ser copiada. Modelo de gestão é cultura organizacional e cultura não pode ser transplantada. Além disso, a cópia não garante uma melhor posição em relação à concorrência. Por isso cada empresa pode utilizar o Kaizen para construir seu próprio modelo de gestão. Melhorar continuamente permite que se esteja sempre dois passos à frente dos concorrentes.
O ciclo PDCA (P-plan; D-do; C-check; A–action) de Melhoria Contínua é central para o Kaizen. Comparando o PDCA (P-planear; D-fazer; C-verificar; A-agir corretivamente) com uma viagem, o P (plano) seria o mapa com horários e tempos de trajeto; o D é a viagem em si; o C é o ato de verificar continuamente o progresso da viagem; o A é a correção da velocidade e, se necessário, do próprio trajeto (P - plano). O PDCA é cíclico porque o plano tem de ser revisto continuamente e por haver sempre novos destinos (objetivos de melhoria) a serem conquistados.
O Processo de Melhoria Contínua pode ser segmentado em três fases:
Fase 1: Elaborar desenho da solução e plano de implementação;
Fase 2: Implementar, validar e apresentar os projetos piloto;
Fase 3: Desmultiplicar para outras unidades ou áreas.
Conclusões:
A ferramenta de Melhoria Contínua poderá ser entendida, aceite e aplicada por qualquer empresa, independentemente de sua nacionalidade. Treinar e motivar funcionários e parceiros na luta contra as perdas pode significar a continuação da própria empresa, tornando-a competitiva. Assim, a necessidade do envolvimento de todos é fundamental.
Checklist:
1. A última melhoria na sua área foi realizada há mais de um mês?
2. Tem o hábito de observar diretamente os problemas no local onde acontecem (no escritório, na produção, na distribuição, no local de venda)? Fala diretamente com as pessoas envolvidas (clientes, empregados, fornecedores)?
3. Os Planos de Ação estão formalizados (com ação, prazo, responsável, etc.)?
4. Faz a revisão dos planos diariamente?
5. Quando não está a correr bem, corrige logo o Plano?
6. Padroniza os processos depois do plano de ação ter sido bem sucedido?
7. Todos os líderes abaixo da sua posição hierárquica praticam a Melhoria Contínua?
Se a resposta a alguma das questões for “não”, aja imediatamente...
Adaptação do artigo “O Kaizen na Logística Enxuta” de Rogério Banolas, ProLean Logística Enxuta